Um erro que pode ser fatal

Sempre ouça o conselho de seus pais!

Se eu pudesse dizer uma frase para todas as crianças seria essa! Eu errei e pagarei a vida toda por isso. E apsi, não sejam tão severos com seus filhos, aprendam a escutá-los!
Agora vou contar a história do meu ex, pai da minha filha mais velha.
Meus pais sempre foram bem severos, não me deixavam namoram, me criavam trancada em casa, e isso me revoltava porque eu via outras garotas da minha idade namorando, levando os namorados em casa, apresentando aos pais e tudo mais.
Comigo era diferente, eu tinha que fazer tudo escondida. Aí, por rebeldia, comecei a namorar um cara "do morro", com cara de marginal, que eu não gostava, mas para provocar meus pais. Típico de adolescente mimada e sem cabeça nenhuma.

Lógico que quando eles descobriram ficaram indignados, queriam me proibir ainda mais de sair de casa etc. Resultado: fugi de casa e fui morar com ele no morro, numa casa sem as mínimas condições de sobrevivência. Tudo para atingir meus pais.
Minha mãe tentou ir me buscar, eu queria ir embora com ela, mas meu orgulho não deixou. Acabei ficando lá, o tempo foi passando e acabei me acostumando aquela vidinha. Mesmo humilhada, pois eu tinha tudo com meus pais, o orgulho não me deixava voltar atrás. Um ano depois acabei engravidando.

Aí mesmo não tinha mais volta. Aquele marginal teria que ser meu marido.
Minha mãe e meu pais, aqueles mesmos que eu não aceitei conselhos, deixaram eu morar numa casa que eles tinham próxima a deles, para criar minha filha.
Minha princesinha nasceu, linda. O "casamento" com ele acabou quando ela ia completar 3 meses de vida.

Ele nunca pagou pensão, nunca ajudou em nada. Meus pais que ajudaram em tudo. Financeiramente e na educação.
Cerca de 5 anos depois, a burra aqui acabou reatando com ele e, acreditem, dessa vez, meus pais apoiaram, acharam que seria o melhor criar minha filha junto ao pai, mesmo com todos os inúmeros defeitos dele.

Novamente meus pais emprestaram uma casa para nós vivermos. Mas desta vez foi pior ainda que a primeira. O bandido estava bebendo demais, usando drogas demais, batia em mim diariamente e tentava bater na minha filha. Tentava, porque eu me metia na frente e, sempre que possível não deixava. Foi um caos. Muitos BO's registrados e todos retirados por medo. Até que uns 3 anos depois consegui me livrar dele.

Consegui não, né? Porque até hoje ele me persegue, fica rodeando a minha casa, ligando para cá, incomodando na justiça,... e o resto da vida será assim. Enquanto ele não me ver no caixão, não me deixará em paz. Frase dele.

Comente

Convivendo com Epilepsia

No começo, como eu era uma adolescente foi realmente muito difícil. Não peguei um bom médico. Me receitou um remédio que não me tirava totalmente as crises, então me vi perdida.
Eu saía com os meus amigos para dançar e quando dava por mim já estava na minha cama, ou seja, tinha me dado convulsão e alguém tinha me trazido para casa. Isso tudo na época do fenobarbital (ou gardenal). Um remédio antigo e que pra mim foi péssimo.
Quando troquei para outro médico ele me passou o Depakene. Parecia excelente, até dirigindo eu estava. Raras vezes tive convulsões e podia prevê-las, o que me fazia ir para cama deitar e até que passassem. Porém, me atacou o fígado, encheu meu corpo de manchas e me fez muito mal.
Até que há 7 anos atrás, quando fui retirar a vesícula acabei conhecendo um neurologista, que tinha se formado há pouco tempo. Esses são ótimos, acreditem. Não querem saber dos medicamentos do passado, vão a todos os congressos, querem se especializar, estão interessados em tudo, enfim, foi a minha salvação.
Trocou toda a minha medicação. Até hoje, 7 anos depois, consulto com ele, já iremos reduzir o remédio e a epilepsia controlada.
Hoje, pelo menos esse problema, não me assombra mais.

Comente

Satisfações

Nossa... mais de 3 meses sem postar aqui!
Não desisti não!
É que aconteceram muitas coisas, umas boas, outras nem tanto, mas estou aqui, firme e forte.
Continuarei contando minha vida.

A quem me perguntou, continuo sem crises convulsivas, graças ao topiramato. Ele realmente é um dos melhores remédios atualmente e, tenho sempre comigo o rivotril, apesar de nesse último ano só tê-lo usado uma vez.
Ele serve como emergência, no caso de eu sentir aquela tremedeira, ameaça de crise. Bastam algumas gotinhas e tudo fica resolvido. Ele é um medicamento conhecido como calmante, mas, na verdade, também é anti-convulsivante.

Sobre a audiência com meu ex, que falei numa postagem anterior, foi péssima como eu já esperava.
Em momento algum ele pareceu se importar ou ter amor pela minha filha. Deu de ver claramente que só queria a guarda dela por dinheiro e para fugir de pensão.
Há anos não dá nem um telefonema pra ela. Acho que se cruzar com ela na rua, nem vai reconhecer. E vem pedir guarda na justiça? Faça-me o favor!

Tenho muitas coisas para contar, mas já está um pouco tarde. Volto em breve...

Comente

Adolescência 2 - A Descoberta da Epilepsia

Eu era uma adolescente "quase" normal.
Digo "quase", porque tinha um pai alcólatra, mas que mesmo assim eu amava de paixão, uma mãe um pouco ausente, tive que cuidar de meus irmãos (quando eu tinha 11 anos minha mãe engravidou do meu irmão caçula) e por aí vai.
Um dia, estava conversando com meus amigos normalmente, de repente acordei deitada no chão, sem lembrar do que tinha acontecido e com a língua toda mordida. Chamaram minha mãe, ela disse que não tinha sido nada, que provavelmente era porque eu tinha me alimentado mal. E eu não conseguia me lembrar de nada. Só sei que acordava mal, com a língua mordida e cheia de dores no corpo. Só me diziam que eu tinha dado um "ataque".
Como começou a se tornar frequente, minha mãe me levou ao médico e lá disse que eu já tinha tido isso quando bebê algumas vezes. Fiz eletroencefalograma e tomografia e viram que eu tinha epilepsia.
Legal, eu, uma garota com seus 15 anos, que tinha toda uma vida pela frente, estava a sujeita a tomar remédio até os meus últimos dias de vida. Assim pensei. E realmente é o que acontece até hoje.
Já passei por vários medicamentos: tegretol, gardenal, depakene (que me deu alergia terrível, cheia de manchas no corpo), carbamazepina, e todos possíveis. Até que parei nas mãos de um excelente profissional, que viu o meu tipo de epilepsia ( Epilepsia Mioclônica Juvenil ou síndrome de Janz) e o remédio ideal para ela, que no caso é o topiramato.
Consigo levar uma vida "quase" normal.

Comente

Uma outra pedra no caminho

Achei que escreveria aqui todos os dias e que poderia continuar a contar a minha vida, que sempre foi o meu propósito quando criei o blog. Mas a vida nos prega peças.
Minha cirurgia correu bem, graças a Deus. Mas, poucos dias depois recebi uma intimação judicial. O pai da minha filha, meu ex marido, que eu ainda não tive a oportunidade de contar a história dele aqui, que entrou na minha vida com uma mão na frente e a outra atrás, está pedindo a guarda dela e todos os meus bens.
Poderia ser uma audiência normal, mas vou tentar explicar o meu desespero.
Ele é usuário de drogas e bebe muito. Batia muito em mim e na minha filha. Ela tem medo dele. Não quer nem passar os finais de semana ao lado dele, se recusa. Quem dirá pensar em morar.
Quanto aos bens, ele nunca teve nada aqui. A casa que ele pede no processo, é da minha mãe, ela que pagou, portanto nem eu tenho direito, quem dirá ele. Os outros bens que ele se refere foram presentes que demos a nossa filha (câmera fotográfica, TV e microcomputador). Entendo pouco de lei, mas não sei se presentes para filhos podem ser tirados.
Enfim, a audiência é daqui há dois meses, mas minha filha só chora desde que soube. Não tive como esconder pois ela estava em casa no dia que o oficial de justiça chegou.
O que mais me revolta é que ele está fazendo a própria filha sofrer e não está nem aí.

Comente

Cirurgia - Intuição Ruim

Amanhã vou fazer a tal Polipectomia. Pode até ser um procedimento rápido e, dependendo do ponto de vista, simples, mas estou com um pressentimento ruim. Não sei se em virtude dos últimos acontecimentos ou se porque nos últimos dias descobri tantos problemas de saúde que tenho fumado demais, mas parece que algo vai dar errado.
Já li sobre isso e estou cansada de saber que pensamentos negativos atraem coisas negativas, mas não consigo mudar isso, tanto que já estou preparando tudo. Deixei bastante sopa pronta para minha filha menor, a roupa toda lavada, um trocado no banco para que meu marido possa usar urgentemente, enfim, preparei tudo caso eu parta dessa para uma próxima vida.
Vou pedir a Deus que me dê mais uma chance, mas só ele sabe o meu destino, a minha hora... nada posso fazer para mudar!

Comente

Pólipo Gástrico - O que é isso?

Fui fazer uma endoscopia porque estava com muitas dores no estômago e sempre sofri com gastrite e o resultado foi pior que eu esperava. O médico descobriu um pólipo estomacal.
Pólipos são pequenas massas de células, semelhantes a cogumelos, que se formam no revestimento do estômago. Os adenomatosos (também chamados adenomas) podem, muitas vezes, tornar-se malignos.
Ou seja, é um fator de risco para o câncer!
obviamente vou removê-lo o mais rapidamente possível. A cirurgia chama-se Polipectomia Gástrica. Não quero nem saber se é simples ou não, se apresenta riscos ou não. Só sei que quero fazer logo, ainda mais depois de tudo que aconteceu com a avó da minha filha.

Comente

Adolescência 1 - O Primeiro Beijo

Acho que todas as adolescentes já passaram por isso.
Todas as minhas amigas já tinham "ficado" com alguém, menos eu. Passava por aquele dilema do "Mas eu nem sei beijar".
Eu gostava de um menino do meu bairro. Muito. Era encantada por ele. Mas imaginem se eu (naquela época, lógico, hoje pensaria diferente) iria passar a vergonha de ficar com ele se eu não sabia beijar?
Pois é...
Eu era apaixonada pelo menino e o menino por mim, mas não foi com ele meu primeiro beijo por uma vergonha tola. Aí o esnobava, para ele pensar que eu não gostava dele. Tudo porque a anta aqui achava que o "beijo" era tão difícil.

Até que um dia, numa festinha, tinha um menino que morava no meu bairro, mas não tão próximo a mim e que eu não iria ver tão facilmente. Pensei que seria minha oportunidade de acabar com a dúvida, né? Afinal o traste ia sumir depois daquele dia.
Beijei o dito cujo, vi que não tinha segredo nenhum e inventei uma desculpa qualquer para ir para casa.

O problema é que o garoto começou a surgir todos os dias no meu prédio. E agora? Eu não tinha aprendido ainda a dar o fora em alguém, então comecei a sumir um pouco. Uma hora eu tinha que estudar, em outra ajudar a mãe e por aí vai. Até que aprendi por mim mesma que o melhor era falar pra ele que eu não queria nada.

E ficou por isso mesmo. Cada um na sua. E a vida seguiu...

Comente

Luto - A Maldição do Câncer

Mais uma pausa na história da minha vida pois hoje é um dia muito triste para mim. A avó da minha filha faleceu. É minha ex sogra. Mais pra frente explicarei melhor porque ex sogra, no momento só quero falar dela, da tristeza da minha filha e dessa maldição que é o câncer.

Não tenho mais convivência com a família do meu ex marido, tampouco ele procura a minha filha mais velha, mesmo assim ela os ama demais.
Mas essa avó dela era diferente.
Ela a procurava e amava demais minha filha. A última vez que a viu foi há 20 dias atrás, já bem magrinha e sem os cabelos. Maltratada por essa triste doença.

Pelo que ficamos sabendo ela descobriu o câncer no estômago há poucos meses, mas a doença tomou conta da vida dela muito rápido. Numa visa a minha filha já estava sem os cabelos, em virtude da quimioterapia e muitos quilos mais magra. Não sei o que pode ter causado esse câncer. Procurei ler, e o que o Inca diz sobre os fatores de risco é o seguinte:

"Vários estudos têm demonstrado que a dieta é um fator preponderante no aparecimento do câncer de estômago. Uma alimentação pobre em vitamina A e C, carnes e peixes, ou ainda com uma alto consumo de nitrato, alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados no sal são fatores de risco para o aparecimento deste tipo de câncer. Outros fatores ambientais como a má conservação dos alimentos e a ingestão de água proveniente de poços que contém uma alta concentração de nitrato também estão relacionados com a incidência do câncer de estômago.

Há também fatores de risco de origem patológica. A anemia perniciosa, as lesões pré-cancerosas como a gastrite atrófica e metaplasia intestinal e as infecções gástricas pela bactéria Helicobacter pylori podem ter fortes relações com o aparecimento desta neoplasia. No entanto, uma lesão pré-cancerosa leva aproximadamente 20 anos para evoluir para a forma grave. Sendo assim, a medida mais eficaz para diminuir os riscos é iniciar uma dieta balanceada precocemente, ainda na infância.

Pessoas fumantes, que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago também têm maior probabilidade de desenvolver este tipo de câncer."


Enfim, acho que nenhum de nós está realmente livre. Temos que sempre prestar atenção em sintomas como perda de peso, anorexia, fadiga, sensação de plenitude gástrica, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente que podem indicar uma doença benigna ou mesmo o câncer de estômago.

Mas mesmo assim ela seguia lutando contra a doença. Até que, uma cirurgia para a retirada do câncer foi marcada. O que parecia ser a solução de todos os problemas foi, na verdade, o início de uma dor sem fim.
Pelo que explicaram, meio por cima, o médico, ao retirar o tumor do estômago, acabou perfurando o intestino e daí tudo se complicou. Ela foi para a UTI.e não deram muita esperança para a família.

Fui preparando a minha filha porque eu sabia o quanto ela ama a avó e o quanto ela sofreria. Disse que ela fez uma cirurgia, mas que não tinha sido muito boa. Mas ela ficou esperançosa, disse que ela ia melhorar.
Porém hoje veio a triste notícia. Ela não resistiu.
Tive que dar a notícia a minha filha que ficou em prantos. E tudo isso aconteceu há 3 dias dela completar 12 anos, imaginem a dor que minha menina está sentindo.
Agora que ela adormeceu um pouco, me sento aqui para escrever um pouco e lutar contra essa dor e tristeza.

Foi minha sogra, já tivemos momentos bons e ruins, já nos desentendemos algumas vezes, sim. Mas tudo que eu mais queria é que ela estivesse aqui, viva, sorrindo e vendo o quanto minha filha a ama. Por isso orei tanto por ela quando soube que ela estava mal.

Agora só nos resta pedir que descanse em Paz! Sei que você está ao lado do Pai!

Comente

Infância 2 - Uma mãe presente, mas ausente

Antes de falar da minha mãe, quero dizer que não a culpo por tudo. Boa parte do modo como ela me tratava, se deve a educação que ela recebeu dos pais dela.
Bem, acho que não sofri tanto na infância com minha mãe, não. E sim da adolescência em diante.

Quando éramos pequenos, minha mãe trabalhava em período integral, então a única solução era eu e meu irmão nos virarmos sozinhos para tudo. Começamos a ficar sozinho em casa, eu tinha 6 anos e meu irmão 5.
Nossa rotina incluía tudo que os adultos faziam: acordar, arrumar o quarto, fazer almoço, lavar louça, tomar banho, se arrumar, estudar, ir pra aula, etc. Com uma única diferença: érmaos crianças!
Claro que eu, como filha mais velha, me ferrava com tudo, e o pestinha sempre se dava bem...rs
Morávamos num bairro distante e o horário de ônibus era péssimo. Saíamos de casa às 11:10 da manhã e chegávamos no colégio meio-dia. A turma da manhã estava saindo. Que mico, né? Mas era a única opção, pois o próximo ônibus era só 13:10 e chegaríamos atrasados. Surra na certa!

Lá pelas 8 horas da noite a mãe chegava em casa, mas não tinha como dar atenção pra gente, pois sempre estava cansada. Tinha trabalhado demais!

Os anos se passaram e lá fui eu para o colégio das patricinhas (lembram?). Aí eu já era considerada diferente por causa do meu pai, mas isso era só o começo.

Uma vez fui fazer trabalho na casa de uma "colega" de classe, aí ela estava depilando as axilas com a mãe quando cheguei lá. Tínhamos 11 anos. Me perguntaram:
"Sua mãe faz sua depilação?"
Falei que não, o que era verdade, já que minha mãe nunca tinha tido um diálogo comigo sobre nenhum assunto de mulher, quem dirá fazer.
Aí ela falou para a turma toda no outro dia que eu tinha as axilas cabeludas, as pernas cabeludas e por aí vai.
Vai se ferrar! Eu só tinha 11 anos!
E que culpa eu tenho se minha mãe nunca me deu informação alguma sobre essas coisas? Naquela época acesso a internet era raro e não existiam tantos sites assim sobre tudo como hoje.

Se dependesse dos ensinamentos da minha mãe, eu ia acreditar piamente que eram as cegonhas que traziam os bebês. Vou ser bem diferente com minhas filhas!

Mas voltando a história, já que com 11 anos eu não tinha dinheiro pra pegar depilação e não sabia como fazer aquilo em casa e minha mãe também não quis me ajudar, peguei um prestobarba e taquei nas pernas. Raspei tudo e saí me achando.

Minha filha mais velha tem 11 anos também e nunca precisou tocar num prestobarba.
Levo ela pra fazer axilas, sombrancelha, buço e tudo que ela quiser num salão de beleza. Ela não vai sofrer o que eu sofri. Mas não vai mesmo.

Comente

É vermes ou só dentinho nascendo?

Vou fazer uma pausa na história da minha vida para desabafar um pouco sobre minha preocupação de hoje.

Há mais de 10 dias minha filha mais nova (tem 11 meses, vou falar sobre ela numa postagem mais pra frente),  está com diarréia e tem perdido um pouco de peso. E olha que come pra caramba! Se deixar janta duas, três, quatro vezes...rs
Levei a pediatra e ela me afirmou que era porque estava nascendo mais um dentinho, que era normal, que ia passar, e coisas do tipo. O problema é que o tal dentinho já nasceu e não passou.

Estou achando que são verminoses, porque a danadinha coloca tudo que vê pela frente na boca. Amanhã vou em outro pediatra para ver se tenho outro diagnóstico.

Comente

Infância 1 - O pai alcólatra

Mesmo com esses problemas fui crescendo, brincando, tentando fazer amigos, enfim, ser uma criança normal.
Com meus 10, 11 anos, meu pai ficou desempregado e aí começou uma grande luta na nossa vida. Não, isso não diminuiu meu amor por ele. Muito pelo contrário. Isso só inverteu os papéis. Parecia que ele era o filho. Mas isso foi aos poucos.
No começo foi uma revolta só.

Eu estudava num colégio particular, cheio de filhinhas de papais engravatados. Eles chegavam lá para levá-las de terno e gravata. E o meu ia me levar de havaianas, sem camisa e o pior, bêbado.
Não preciso dizer que criei inimizades com toda a minha turma do colégio, né?
Começavam a rir de mim, botar apelidos no meu pai e eu o defendia da maneira que eu podia.
Então elas me excluiam do grupinho delas porque eu era diferente. Eu tinha um pai bêbado. E, pra agravar, eu não era tão rica como elas, não tinha ainda viajado pra fora do país, não tinha as melhores roupas de marca.
Então ocupava o meu tempo na escola fazendo o que se tem que fazer lá: estudando. E era sempre a melhor da classe. Hoje vejo que elas só me fizeram bem me excluindo da turminha delas.

Mas não era só no colégio que a luta com o meu pai existia...

No prédio onde eu morava ele era a piada. Como chegava bêbado, as crianças ficavam rindo dele. Botavam apelidos na gente, fazendo referências a ele.
Mas o mais difícil pra mim, como menina, na época, era ir buscá-lo no bar.
Ele ficava num bar bebendo no meio de um monte de homens, obviamente todos tão ou mais bêbados do que ele, e, muitas vezes, passava mal (mais tarde descobriríamos que era em virtude do diabete). Aí iam chamar a gente em casa para buscar ele que tava tendo convulsões lá.
Minha mãe jamais irira sair de casa pra ir num bar. Meus irmãos idem. Então sobrava pra mim, que nunca ia abandonar meu pai.
Era uma humilhação muito grande entrar naquele boteco sujo, cheio de caras nojentos, pra carregar meu pai nos braços, arrastando pra casa e, muitas vezes com a ambulância. Mas eu sempre fui.

Mas isso acabou. E eu fiz parte disso. Ele não bebe mais há 12 anos. Mais pra frente eu conto.

Comente

Uma bebê diferente e sem a mãe por perto

Claro que eu não me lembro de como foi minha vida quando bebê. Sei o que os outro contam. Aí vou juntando um comentário aqui, outro ali e tirando minhas conclusões.

Fui a primeira filha de meu pai e minha mãe e a primeira neta do lado do meu pai. Tive muito carinho por parte de todos até chegarem os outros netos.
Minha mãe logo precisou voltar a trabalhar porque antigamente a licença-maternidade era de bem menos tempo.
Nos primeiros meses fiquei com uma babá e logo depois na casa das avós, intercalando, até ter idade suficiente e conseguir vaga na creche.

Era uma criança aparentemente normal até que, aos 9 meses de vida, tive minha primeira convulsão. Acredito que o médico não era muito experiente, ou não me deu o tratamento adequado, pois com 1 ano e 9 meses, tive mais uma.
Eles realmente não trataram como deveriam, ou talvez, minha mãe não se interessou em fazer os exames, ou procurar um médico especialista.

O fato é que alguns anos mais tarde eu descobriria que tenho Epilepsia, e que carregaria isso para a vida inteira. Mas isso é assunto para outra postagem.

Comente

Começando...

Ia começar falando do que sou hoje, mas se não contar minha infância, tudo que eu passei, a doença que carrego e todos os meus problemas, não teria como começar esse diário.

Aqui, mais tarde, falarei do meu dia-a-dia. Mas, a princípio, quero contar um pouco de mim.

Comente