Adolescência 2 - A Descoberta da Epilepsia

Eu era uma adolescente "quase" normal.
Digo "quase", porque tinha um pai alcólatra, mas que mesmo assim eu amava de paixão, uma mãe um pouco ausente, tive que cuidar de meus irmãos (quando eu tinha 11 anos minha mãe engravidou do meu irmão caçula) e por aí vai.
Um dia, estava conversando com meus amigos normalmente, de repente acordei deitada no chão, sem lembrar do que tinha acontecido e com a língua toda mordida. Chamaram minha mãe, ela disse que não tinha sido nada, que provavelmente era porque eu tinha me alimentado mal. E eu não conseguia me lembrar de nada. Só sei que acordava mal, com a língua mordida e cheia de dores no corpo. Só me diziam que eu tinha dado um "ataque".
Como começou a se tornar frequente, minha mãe me levou ao médico e lá disse que eu já tinha tido isso quando bebê algumas vezes. Fiz eletroencefalograma e tomografia e viram que eu tinha epilepsia.
Legal, eu, uma garota com seus 15 anos, que tinha toda uma vida pela frente, estava a sujeita a tomar remédio até os meus últimos dias de vida. Assim pensei. E realmente é o que acontece até hoje.
Já passei por vários medicamentos: tegretol, gardenal, depakene (que me deu alergia terrível, cheia de manchas no corpo), carbamazepina, e todos possíveis. Até que parei nas mãos de um excelente profissional, que viu o meu tipo de epilepsia ( Epilepsia Mioclônica Juvenil ou síndrome de Janz) e o remédio ideal para ela, que no caso é o topiramato.
Consigo levar uma vida "quase" normal.

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Uma outra pedra no caminho

Achei que escreveria aqui todos os dias e que poderia continuar a contar a minha vida, que sempre foi o meu propósito quando criei o blog. Mas a vida nos prega peças.
Minha cirurgia correu bem, graças a Deus. Mas, poucos dias depois recebi uma intimação judicial. O pai da minha filha, meu ex marido, que eu ainda não tive a oportunidade de contar a história dele aqui, que entrou na minha vida com uma mão na frente e a outra atrás, está pedindo a guarda dela e todos os meus bens.
Poderia ser uma audiência normal, mas vou tentar explicar o meu desespero.
Ele é usuário de drogas e bebe muito. Batia muito em mim e na minha filha. Ela tem medo dele. Não quer nem passar os finais de semana ao lado dele, se recusa. Quem dirá pensar em morar.
Quanto aos bens, ele nunca teve nada aqui. A casa que ele pede no processo, é da minha mãe, ela que pagou, portanto nem eu tenho direito, quem dirá ele. Os outros bens que ele se refere foram presentes que demos a nossa filha (câmera fotográfica, TV e microcomputador). Entendo pouco de lei, mas não sei se presentes para filhos podem ser tirados.
Enfim, a audiência é daqui há dois meses, mas minha filha só chora desde que soube. Não tive como esconder pois ela estava em casa no dia que o oficial de justiça chegou.
O que mais me revolta é que ele está fazendo a própria filha sofrer e não está nem aí.

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Cirurgia - Intuição Ruim

Amanhã vou fazer a tal Polipectomia. Pode até ser um procedimento rápido e, dependendo do ponto de vista, simples, mas estou com um pressentimento ruim. Não sei se em virtude dos últimos acontecimentos ou se porque nos últimos dias descobri tantos problemas de saúde que tenho fumado demais, mas parece que algo vai dar errado.
Já li sobre isso e estou cansada de saber que pensamentos negativos atraem coisas negativas, mas não consigo mudar isso, tanto que já estou preparando tudo. Deixei bastante sopa pronta para minha filha menor, a roupa toda lavada, um trocado no banco para que meu marido possa usar urgentemente, enfim, preparei tudo caso eu parta dessa para uma próxima vida.
Vou pedir a Deus que me dê mais uma chance, mas só ele sabe o meu destino, a minha hora... nada posso fazer para mudar!

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